O ombro é uma articulação muito complexa, e é a que mais tem
mobilidade do corpo humano. Embora tenha movimento nos três planos, sua
conformidade anatômica a torna uma articulação instável (principalmente na
articulação glenoumeral), devido à esfericidade da cabeça do úmero e a
superfície rasa da cavidade glenóide.
A síndrome do impacto do ombro (SIO) consiste no impacto
mecânico dos tendões que se inserem no espaço umerocoracoacromial,
principalmente o tendão do supraespinhoso, bíceps braquial cabeça longa, a
Bursa subacromial e a articulação acrômioclavicular. A progressão da síndrome
se dá pelo impacto constante dessas estruturas e pode causar desde micro lesões
à rupturas do tendão parciais ou totais e tendinite.
Um dos mecanismos que pode desencadear a SIO é o uso
intensivo da articulação do ombro, como em alguns esportes – natação, voleibol,
arremessos de peso e dardos, tênis, etc. - por exemplo. O que leva a
possibilidade de fibrose da Bursa subacromial, que gera menos espaço na
concentração umerocoracoacromial que desencadeia um “esmagamento” do tendão do
manguito rotador – principalmente o tendão do supra-espinhal – gerando dor
intensa e limitação funcional.
O diagnóstico é feito de diversas formas – tomografia
computadorizada, ressonância nuclear magnética, ultrassonografia – sendo o
raio-x o mais usado, nas incidências ântero-posterior (AP) e perfil em vários
ângulos. Os testes especiais também ajudam na identificação de estruturas
envolvidas no quadro patológico, uma delas é a manobra de Neer.
FISIOTERAPIA
O tratamento fisioterápico deverá ocorrer de três a seis
meses, sendo indicada ao paciente a cirurgia somente se não houver reabilitação
nesse tempo.
O objetivo inicial da fisioterapia na SIO é redução e
abolição da dor e edemas, evitando-se exercícios exagerados que possam piorar o
problema. A utilização da TEENS (estimulação nervosa elétrica transcutânea) é
indicada para a redução de dor, e a crioterapia é eficiente na redução da
inflamação. Após a redução de dor e edema, os exercícios para ganho de ADM e
melhora da flexibilidade dos músculos rotadores mediais e laterais do ombro e
romboides, devem ser incluídos no programa de reabilitação. Também os
exercícios pendulares são interessantes para o alongamento e tração da
articulação glenoumeral, e deve-se prosseguir o tratamento buscando o
fortalecimento dos músculos estabilizadores da escápula, já que a fraqueza
desses músculos levam ao quadro de impacto constante, pois mantém alterado o
ritmo escapuloumeral. Outros músculos a serem fortalecidos são os rotadores
mediais e laterais do ombro, pois eles desempenham um papel fundamental na
estabilização e depressão da cabeça umeral.
Referência
Artigo: Tratamento conservador na síndrome do impacto no
ombro.
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